Atrasadas estão as águas de março que resolverão cair só hoje ( e que não fecharam o verão, definitivamente).
Atrasadas estão as demonstrações de carinho e afetividade.
Atrasado está o sinal ali na esquina que não tem um tempo para os pedestres.
Atrasadas estão também as pessoas que alimentam a cultura de crianças feiticeiras na África.
Atrasada está a obra do Bob-esponja, nosso prédio de laboratórios alvo de corrupções.
Atrasada está a minha noção de ignorância. (Descobri hoje que Sócrates foi dito como o homem mais sábio da Grécia pois sabia que era o único homem que tinha consciência da sua própria ignorância "Só sei que nada sei...")
Atrasados estão os vôos ali no aeroporto pela confusão/crise que atormenta o país.
Atrasadas estão as minhas relações de amizade.
Atrasadas estão as minhas leituras de jornais.
Atrasado está o amor da sociedade pelo Meio Ambiente.
Pena que atrasado só não está o relógio aqui na minha frente que me encara e me confirma que não tenho mais tempo de ler os textos de psicologia...
fuiiiiiiiiiiiiiiiii
3 comentários:
Atrasados estamos todos. Saber disso, porém, é estar um passo adiantado. É um começo!
A única coisa que eu queria debater com você é a frase "Atrasadas estão também as pessoas que alimentam a cultura de crianças feiticeiras na África".
Imagino que você esteja se referindo aos tristes casos acontecidos em Angola, não é? Se for, acho que é válido separar alguns pontos.
Enquanto movimento cultural, a "Feitiçaria" (que é um modo superficial e cada vez mais difundido por todos os veículos de comunicação de tratar complexos relacionamentos simbólicos entre o mundo físico e o mundo místico de inúmeras culturas) é relevante. Qualquer religião é a base fundamental para regular e estabelecer padrões de comportamento na sociedade em que está inserida. Assim, no ambiente normal, a religiosidade (qualquer que seja ela) é benéfica e promove a manutenção dos valores morais e da própria estrutura sócio-cultural. Existem mais similaridades entre as religiões do que seu "dirigentes" estão dispostos a admitir.
O problema em Angola é o caos instaurado, em grande parte por causa das décadas de conflito. A convulsão social (novamente, complexa e de difícil resumo)perverteu valores culturais, morais e religiosos de sua população. Com o indivíduo perdendo seu referencial, acontece essa ruptura maluca com os padrões previamente estipulados. É um "divórcio" com a sociedade, deixando o sujeito sem apoio, sem saída, em completo desespero. Aí surgem essas situações deprimentes, em que crianças inocentes são acusadas de "crimes metafísicos", algo que dificilmente aconteceria caso a sociedade estivesse equilibrada.
Ou seja, o problema não está tanto na feitiçaria, que é fruto de uma cultura diferente da nossa (nem melhor, nem pior; esse é o contato deles com o que eles entendem por deus), mas sim na perda de identidade cultural que se manifesta em Angola. tanto que várias religiões (inclusive algumas que se apresentam como cristãs)estabelecem métodos questionáveis para "purificar" essas crianças, beirando mesmo à tortura.
Infelizmente, temos diversos e tristes exemplos desse tipo de perturbação no status quo, quando a relação do indivíduo com a sociedade degringola e a religiosidade é pervertida, fazendo mais mal do que bem.
O mais importante de tudo é buscar saídas inteligentes para o conflito, como vem tentando o Unicef e outras entidades.
Nos resta manter a humildade (como queria ensinar o grande Sócrates) e tratar de fazer a nossa parte, né?
Adorei seu texto!
Beeeeeijos!
EM TEMPO:
Ah, obrigado pelos elogios lá no meu blog, nem é pra tanto, eheheheh...
Quem dera!
Beijos!
cibeleeeeee
tinha tempo q não vinha no seu blog, com essa história de escrever matéria de blog , me empolguei e vim aqui!!
Amei o post! Muito criativo!
É isso aí Blogueira huahauhauha
Beijão!!
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