domingo, 15 de julho de 2007

"What's an american?"





"What's an american?" é o título do último post do blog de uma amiga norte- americana. Eu que não entendo muito de inglês, peguei um dicionário e me esforcei horrores pra tentar entender o que essa criatura estava tentando dizer.

Não vou me prender ao texto dela (quem quiser dar uma olhada clica aqui Pazza Ragazza) .
Mas acho que está mesmo na hora de colocar em pauta essa discussão.

Ontem, assisti a transmissão da ginástica artística feminina nos jogos Pan-americanos. A disputa final ficou entre Brasil e Estados Unidos. A torcida de 12 mil pessoas presente no maracanãzinho vibrava com as meninas brasileiras, davam a maior força, aplaudiam de pé, etc... Mas bastava as norte-americanas subirem na arena ou nos aparelhos que a vaia vinha forte de todos os lados. E todo mundo entendeu muito bem que não era porque elas estavam ganhando, mas porque representavam os EUA!

Depois de desligar a TV, fiquei aqui navegando um pouco na internet e foi quando abri o blog dessa minha amiga aí de cima. Tudo bem que ela é mesmo uma pessoa especial, mas achei interessante o que ela escreveu. Dentre algumas coisas ela elogiava o povo brasileiro (sim, esse mesmo que vaiou as suas atletas..), dizia do constrangimento de se apresentar diante de um público como "americana" já que todos nós somos americanos e tentava se justificar e fazer com que nós entendessemos que quando se dizia americana não queria dizer que nós também não éramos, mas que era como um hábito do seu povo dizer assim...

In english, there is no other way to put it though. We say we're "American" because there's not a word for anyone who is from the USA, EUA or whatever. When you're from Italy, you are Italian. Or if you're from Mexico, you're Mexican. In other languages, someone from the USA could say, "Stati Unidense" or something of that nature. But there is no "United States-icans" and America is in our country's name - "united states of america." --- rather than introduce myself as being "American" ... I think i'll just stick with , "Hola, soy de Nueva York" and let them decide what in the heck I am!!!! (Elisa Fontana)


Não foram poucas às vezes em que comentei durante papos sobre os EUA que a nossa educação dava de mil a zero na deles porque tínhamos um conhecimento geral. Sabe aquela hitória de que temos noção de que existem belas cidades na África, mas que os norte-americanos pensam que ao desembarcar no Brasil vão dar de cara com uma cobra, chimpanzé, ou algo do tipo? Pois é...

Mas hoje eu parei pra pensar...Meu Deus, o que é que eu sei.... assim de cabeça.... do nosso continente? Os Estados Unidos só sabem fazer guerra? A Bolívia e a Colômbia só sabem plantar maconha? Venezuela e suas guerrilhas? Argentina e sua crise econômica? Canadá frio e suicídios?

Há alguns anos atrás somente essas coisas viriam à minha cabeça. E mais...com certeza eu diria que jamais trocaria uma viagem pra qualquer outro lugar do mundo pra conhecer os EUA! Eu preferia conhecer a Sibéria aos EUA.

Mas felizmente meus conceitos começaram a mudar... Somos todos americanos. Temos muitas coisas em comum. Cada povo tem uma riqueza extraordinária. Existem pessoas muito, muito, muito boas em cada um desses países. E cada um desses países também têm seus podres na história. E história é história, passou, marcou, influenciou, mas ninguém pode apagar.

O que a gente pode começar a fazer é mudar nossos conceitos pra mudar nosso futuro. Eu comecei a mudar os meus depois que tive a grande chance de conviver por dois meses com 5 norte-americanas, uma delas, Elisa. E como elas acrescentaram coisas boas na minha vida.
Certo dia, na mesa de jantar, conversávamos sobre desigualdade social nos nossos países. Éramos brasileiras, indianas, filipinas, tailandesas, africanas e.. norte-americanas, australianas e checas.
Emocionei-me ao ver as norte-americanas se comoverem com a pobreza dos outros países, dizerem que tinham conhecimento de toda a situação e se colocando a disposição para ajudar. No final daquela conversa eu disse a elas que muitas das travas na minha mente de preconceito haviam caído e que eu me sentia muito feliz por estar sentada numa mesma mesa com pessoas tão diferentes, mas me sentindo parte de uma única família.

Aconteceu comigo o que diz aquela frase "Quanto mais a gente conhece, mais a gente ama." Claro que a minha criticidade ainda permanece com relação a algumas coisas... Mas estou ansiosa para visitar Elisa, Sasha, Naomi, Sarah e Kris e conhecer os EUA. Quem diria...

A minha intenção, acredito que assim como a de Elisa, é tentar abrir os olhos da galera de que somos todos americanos. Assim como dependemos uns dos outros como pessoas, nossos países também dependem uns dos outros para sobreviverem.
Temos certeza que vamos ganhar muito mais nos abrindo para a Interdependência (Talvez seja essa a grande contribuição da globalização) do que continuando a ensinar aos nossos "pequenos" quem são os melhores e quem são os piores. Afinal, eles não existem.


O mundo caminha para a unidade.


(Masssss...que vença o Brasil nos jogos Pan-americanos!! kkkkkkkk)


Um comentário:

eLí disse...

:) ho capito abbastanza per realizzare che siamo unite in questo pensiero. grazie per la spieghazzione in portuguese! mi e piacuto leggere! mil beijos! 1, eli